Evento que deu continuidade à série sobre a memória da Geologia no Brasil foi marcado por reflexões sobre mineração
Mais um encontro da série Memória da Geologia no Brasil trouxe importantes discussões sobre a área. A vida e a obra de Eugene Hussak foi o tema do evento, aberto pelo presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, que fez questão de parabenizar a Divisão Técnica de Recursos Minerais (DRM) pelo evento. “Sabemos da importância da Geologia para a realização de trabalhos de alto nível técnico. A contribuição dos geólogos para a Engenharia, principalmente a geotécnica, é fundamental”, destacou. O presidente agradeceu também a presença de ClaudiaHussak Van Velthem, neta de Eugene Hussak, que veio ao Clube prestigiar o evento.
O palestrante da noite, Benedicto Rodrigues, chefe da DRM, falou sobre a história de Hussak, que nasceu na Áustria em 1856, estudou na Universidade de Leipzig, na Alemanha e, quando chegou ao Brasil, já tinha um enorme background na área mineral. Descreveu diversos minerais brasileiros até então desconhecidos e publicou inúmeros artigos e livros. Realizou trabalhos também sobre rochas alcalinas, importantes para o estudo do magmatismo pós-vulcânico da Bacia do Paraná, que deu origem à terra roxa, onde houve intenso plantio de café. “Essas rochas existem, inclusive, em alguns lugares do Rio de Janeiro, como Itatiaia e Rio Bonito. Elas têm importante valor comercial”, explicou Benedicto. Hussak também estudou minerais de terras raras, além de diversos elementos importantes para a economia da época e dos dias de hoje.
A neta de Hussak, Claudia Hussak, falou sobre o acervo guardado pela família desde 1911.“Ele só foi descoberto em 1999, quando minha mãe faleceu e os caixotes foram encontrados e doados para o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)”, contou Claudia. Uma das histórias narradas por ela é sobre o diamante encontrado por seu avô, que o entregou ao serviço geológico. Mais tarde o mineral precioso foi oferecido ao rei da Bélgica. “Parte do acervo do meu avô foi entregue a cientistas russos que, nos anos 1930, vieram estudar os minerais em Poços de Caldas. Embora alguns digam que eles vieram ver o eclipse que aconteceu na época, a verdadeira razão da vinda dos geólogos russos foi o estudo dos minerais iniciado por Hussak”, revelou Claudia.
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